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Atendimento Permanente

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Pediatria

Hospital Particular da Madeira

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Pediatria

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Atendimento Médico
não programado

Gravidez, pandemia e ansiedade

André Galvão de Castro. Psicólogo Clínico – Mestre em Psicologia Clínica | Grupo HPA - Unidade de Gambelas

A gravidez é considerada uma das fases de maior vulnerabilidade no ciclo de vida da mulher, por todas as modificações que ocorrem, fazendo com que se encontre mais frágil do ponto de vista fisiológico e emocional.

Este período é profundamente marcado por diversas alterações biológicas, psicológicas e sociais, com impacto direto na rotina diária da mulher e que conduzem a uma necessária reorganização do seu papel enquanto futura mãe. Esta adaptação traz naturalmente consigo ainda outras limitações, ao nível da sua autonomia e dinâmica de vida diária que terão invariavelmente que ser alteradas. Todas estas modificações, juntamente com a preocupação para com o feto, toda a pressão social de ter que ser perfeita e que recai muitas vezes sobre a mulher e o sentimento de poder fracassar nalgum momento, não correspondendo assim ao ideal de mulher idealizado, poderão interferir temporariamente com o seu bem-estar, humor, autoestima e autoimagem, podendo por isso, gerar alguma ansiedade e stress. 

 

Paralelamente, numa altura em que alguma atenção se direciona para a problemática da atual pandemia, pelo visionamento constante nos meios de comunicação social do agravar da situação ou até mesmo pelo aumento do número de casos atuais, uma vez que a mesma inerentemente continua a suscitar algumas dúvidas e incertezas quanto ao futuro, pode tornar-se também um fator desencadeante de algum stress, o que poderá deste modo ajudar a exacerbar algum tipo de patologia ansiosa.

A ansiedade durante a gravidez e no pós-parto são muitas vezes subvalorizadas e subdiagnosticadas e que afetam muitas mulheres numa fase da vida em que haviam idealizado ser das mais felizes. A ajuda do cônjuge neste momento torna-se primordial, no sentido de apoiar a mulher nas suas decisões, encorajando-a e transmitindo-lhe segurança.

É de salientar que este distúrbio, para além de impedir muitas mulheres e recém-nascidos de apreciar alguns dos momentos mais afetivos das suas vidas, pode simultaneamente potenciar futuros adultos igualmente ansiosos.

Sabe-se atualmente que o historial de ansiedade na gravidez é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto, com consequências significativas para o bebé e para a mãe.

Deste modo, torna-se imperativo que a mulher aprenda a cuidar da sua saúde emocional, procurando ajuda especializada, enquanto se desenvolve o seu bebé.

 


Informação: Continuidade de prestação de cuidados de saúde, em casos suspeitos ou diagnosticados de infeção por COVID-19

O Grupo HPA Saúde informa que nenhuma das suas unidades é uma “unidade COVID-19”.
Contudo, possui protocolos definidos de tomada de decisão e encaminhamento no caso de doentes suspeitos ou positivos para esta infeção:

  • Todos os pacientes que se dirigem às unidades do Grupo HPA Saúde são rastreados por inquérito epidemiológico, sendo igualmente medida a sua temperatura corporal;
  • Pacientes com consulta ou exames agendados (não geradores de aerossóis). Caso o rastreio epidemiológico se apresente negativo – patologia sem associação com qualquer sintoma da tríade SARS-CoV-2 (COVID-19): tosse, febre, dificuldade respiratória – o paciente segue o circuito normal. Caso o rastreio seja positivo o paciente é colocado numa Área de Isolamento no Atendimento Permanente para avaliação, se assim o desejar.
  • Pacientes com necessidade de internamento não programado (oriundo do atendimento permanente) com rastreio epidemiológico negativo. Os pacientes nestas circunstâncias são internados em isolamento preventivo e realizam teste para a COVID-19. Se o teste for positivo os pacientes são encaminhados para os hospitais de referência da zona; no Algarve CHUA Faro e CHUA Portimão.
  • Pacientes com necessidade de internamento não programado (oriundo dos atendimentos permanentes) com rastreio epidemiológico positivo. Os pacientes nestas circunstâncias são internados em isolamento preventivo, colocados numa área de quarentena e realizam dois testes para a COVID-19. Se algum dos testes for positivo os pacientes são encaminhados para os hospitais de referência da zona; no Algarve CHUA Faro e CHUA Portimão.
  • Todos os pacientes com cirurgias programadas e/ou exames geradores de aerossóis agendados são sujeitos previamente a teste para a COVID-19. No caso de o resultado ser positivo, as cirurgias e/ou exames são sujeitos a análise multidisciplinar de risco/benefício para decisão de realização ou remarcação da cirurgia e/ou exame.

O impacto do novo coronavírus no doente oncológico

Hospital de Dia de Oncologia, Hospital Particular da Madeira

A transmissão pessoa-a-pessoa do SARS-CoV-2 ou COVID-19 pode ocorrer através de gotículas respiratórias, produzidas quando uma pessoa infetada tosse ou espirra. Essas pequenas gotículas podem ser inaladas, ou entrar em contacto com a mucosa oral ou ocular, transmitindo o vírus a pessoas que estejam a uma distância inferior a 2 metros. As mesmas gotículas podem depositar-se nas superfícies e, através das mãos, serem transportadas até à boca, nariz ou olhos, transmitindo a doença

 

Tal como os idosos e portadores de doenças crónicas, o utente hemato-oncológico com doença ativa ou sob tratamento antineoplásico imunossupressor, tem geralmente o sistema imunitário debilitado. Apesar da escassa evidência acerca do comportamento da infeção a COVID-19 nesta patologia, esse facto configura um fator de risco importante para infeção e complicações graves, assim como para qualquer outra infeção por outro agente.

Existe, compreensivelmente, receio e ansiedade dos utentes perante esta nova realidade.

Mesmo nesta fase de pandemia, tratando-se de tratamentos de saúde inadiáveis, o utente iniciará/continuará o seu tratamento, sem prejuízo para a situação clínica. Existirão situações pontuais, em que a doença oncológica seja indolente ou esteja bem controlada, e de acordo com o risco de contacto/infeção por COVID-19, poder-se-á equacionar adiar o tratamento.

Foram implementadas medidas de mitigação, refletidas numa rigorosa triagem e controlo de todos os utentes e profissionais de saúde de modo a minimizar o risco de contágio no Hospital de Dia, de acordo com o Plano de Contingência Hospitalar.

O objetivo principal é reduzir ao máximo o risco de uma eventual exposição à infeção por COVID-19 e minorar o agravamento do grau de imunossupressão do utente. Assim, devemos privilegiar a comunicação médico-utente via remota com realização de consultas não presenciais (via telefónica/vídeo ou email, nomeadamente para consultas de rotina de pessoas sem tratamento oncológico ativo).

A Unidade de Oncologia do Hospital Particular da Madeira continua deste modo, a proporcionar atempadamente os tratamentos necessários à pessoa com doença oncológica.

As medidas amplamente preconizadas e difundidas pelos diferentes meios, devem ser rigorosamente cumpridas: etiqueta respiratória, higienizar as mãos frequentemente, evitar tocar na cara com as mãos e partilhar objetos pessoais, bem como o isolamento social profilático. No utente oncológico sob tratamento ativo e imunossupressor, a utilização de máscara cirúrgica está recomendada pelo risco de infeção a COVID-19 e a outros agentes, devendo-se respeitar a sua correta colocação e remoção.

Proteja-se a si e aos outros. Combater esta ameaça está nas mãos de todos nós.


Há mais doenças para além da Covid-19…
A importância de manter a vacinação e as consultas de pediatria em fase de pandemia

Dr. Luís Gonçalves, Diretor do Departamento de Pediatria e Neonatologia, HPA - Gambelas

Atravessamos um período de pandemia de um vírus, um novo coronavírus, chamado “SARS-CoV-2”, causador da doença COVID-19. Como se trata de um vírus novo, com o qual ainda não contactámos, não temos ainda imunidade para ele.

A imunidade para toda a população só é possível atingir com a infeção/doença da maior parte da população mundial ou idealmente, com a introdução da respetiva vacina. Vários cientistas em todo o mundo trabalham arduamente para desenvolver uma vacina, mas é um processo complexo e que pode demorar vários meses. 
A situação de pandemia pela COVID-19 realça a importância das vacinas e, naturalmente, do programa nacional de vacinação (PNV), cujo cumprimento é fundamental. Da mesma forma, além das vacinas, que não devem ser adiadas, sobretudo em faixas etárias jovens, também as consultas de seguimento (chamadas consultas de rotina) não devem ser adiadas.

 

Desta forma, o Departamento de Pediatria e Neonatologia, e de acordo com as normas em vigor no Grupo HPA Saúde, recebe na unidade de Gambelas, todas as crianças, incluindo os mais vulneráveis, como os recém-nascidos e crianças com patologias conhecidas, não só para realizar as consultas de rotina, como para atualizarem as vacinas (do PNV ou extra PNV, como falarei mais à frente).

AS VACINAS E O PNV

O programa nacional de vacinação, é um programa universal e gratuito que permite proteger a população contra as doenças que podem potencialmente ser uma ameaça à saúde individual e pública (como é neste momento a COVID-19).

O PNV abrange doenças como o sarampo, a poliomielite, a tosse convulsa, a hepatite B, a meningite causada por vários agentes, o tétano e muitas outras.

É fundamental manter atualizada a proteção contra as doenças para as quais já dispomos de uma vacina.

Portugal é um país modelo para todo o mundo pelas taxas de cobertura vacinal que possui. Ainda assim, este ano já foram registados casos de sarampo no nosso país e o surto só não foi mais alargado porque grande parte da população portuguesa está vacinada. Por isso assistimos a um rápido controlo de toda a possível transmissão. O mesmo poderá não acontecer, se as crianças deixarem de ser vacinadas, por medo de irem às instituições fazer as vacinas (como já aconteceu em março e abril), e assim baixarem as taxas de cobertura vacinal.

É essencial manter a vacinação das crianças durante a pandemia da COVID-19. Se assim não for, corremos o risco de ter novas epidemias, particularmente de tosse convulsa e sarampo, bem como outras infeções evitáveis pela vacinação.

 

AS VACINAS “MAIS” PRIORITÁRIAS

Por tudo aquilo que já referi, o PNV deve ser cumprido em TODAS as suas etapas e por isso TODAS as vacinas devem ser feitas, no entanto por uma questão de gravidade da doença que protegem (como a meningite) ou pela importância da imunidade de grupo (como o sarampo) ou por serem a primo-vacinação, vou realçar aquelas, que não devem nunca ser adiadas, mesmo em situação de pandemia.

O PNV começa ainda durante a gravidez, com a administração de uma vacina à grávida, que vai proteger o recém-nascido contra a tosse convulsa. Depois, ao longo de toda a vida, é muito importante cumprirmos este programa de vacinação. Se isso não acontecer, não é apenas o próprio que fica em risco, mas também todos aqueles com quem se relaciona diariamente.

Além da tosse convulsa, no primeiro ano de vida da criança, temos ainda as vacinas da difteria, do tétano, da poliomielite, da doença invasiva pelo hemofilus influenza b e do sarampo e da meningite meningocócica C, ambas aos 12 meses.

 

OUTRAS VACINAS NÃO INCLUÍDAS NO PNV

Além das vacinas do PNV, há outras que podem ser recomendadas pelo seu médico/pediatra assistente. Isto porque há doenças que podem não ter expressão significativa para representar um perigo a nível da população, mas esse risco pode ser importante a nível individual.

Em idade pediátrica estas recomendações são divulgadas pela Comissão de Vacinas da DGS e que fazem parte da Sociedade de Infeciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria.

Neste grupo de vacinas estão a vacina contra o Rotavírus (causador da gastrenterite aguda), do Meningococo B e ainda o ACWY (causadores da meningite/septicémia).

No Grupo HPA Saúde, mantemos a administração das vacinas extra PNV, de acordo com as recomendações médicas, do seu pediatra assistente.

 

A VACINAÇÃO E AS CONSULTAS DE PEDIATRIA DURANTE A PANDEMIA

Embora muitas atividades e consultas estejam a ser reorganizadas durante a atual pandemia, é fundamental não parar ou atrasar as vacinas programadas para o seu filho, pois protegem contra muitas doenças potencialmente graves.

Contacte o Grupo HPA Saúde e o Departamento de Pediatria e Neonatologia, nomeadamente a consulta externa, para programar a deslocação. Cada criança deverá ser acompanhada por um só cuidador, devendo ser cumpridas as regras de distanciamento social, de higienização das mãos e etiqueta respiratória referidas nas orientações da Direção Geral da Saúde, e ainda o uso de máscara, fornecida à entrada do hospital (para quem não tenha trazido a sua própria máscara).

As consultas de vigilância do recém-nascido e das crianças, previstas pelo Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, devem também manter-se durante este período de pandemia.

Assim, o Departamento de Pediatria e Neonatologia, mantem, apesar dos constrangimentos provocados pela pandemia COVID- 19, as consultas de vigilância nas seguintes idades:

  • 7-10 dias de vida;
  • 1 mês;
  • 2 meses;
  • 4 meses;
  • 6 meses;
  • 9 meses;
  • 12 meses;
  • 18-24 meses;
  • 5 anos.

Em alguns casos, como nas doenças crónicas, pode existir necessidade de consultas extras, de acordo com o seu pediatra assistente, e que devem ser respeitadas.

Todas as situações de urgência devem ser atendidas no respetivo setor: atendimento permanente de pediatria.

Sempre que surjam quaisquer dúvidas dos pais ou assuntos não urgentes (como saber resultados de exames ou para renovação de receituário, por exemplo) podem contactar o nosso Departamento, através do telefone ou email, evitando deslocações desnecessárias ao hospital: 282 420 400 ou pediatriahpaf@grupohpa.com

 


Recomendações para doentes com asma ou outros tipos de alergia respiratória

Dr. Pedro Morais Silva, Imunoalergologista 

Este dia 5 de maio comemora-se o Dia Mundial da Asma. Aproveitamos esta ocasião para dar resposta a algumas questões que têm sido colocadas sobre a relação entre as doenças alérgicas e a infeção COVID-19.

Os dados disponíveis atualmente (e convém sublinhar que ainda há muito por saber) não parecem indicar um risco aumentado de ficar doente, quer pelos doentes com asma, quer com outras doenças alérgicas. No entanto, do ponto de vista teórico faz sentido que uma asma não-controlada possa ser um fator de risco para sofrer uma infeção COVID-19 mais grave, pelo que se recomenda um cuidado extra para ter a doença sob controlo.

É por isso muito importante que o tratamento seja mantido de forma regular, sem falhas. Se a asma estiver bem controlada com a medicação que está a fazer diariamente, deve mantê-la conforme habitual. Se recentemente tiver notado sintomas de asma [pieira (“gatinhos no peito”), tosse, aperto no peito ou falta de ar], pode ser necessário ajustar a sua medicação diária. Se o plano de tratamento prevê que faça ajuste da medicação quando estiver pior, deve pôr esse ajuste em ação. Caso não esteja definida a forma como deve ajustar a medicação em caso de agravamento, recomendamos que fale com o médico que o acompanha regularmente. 

Nenhum dos medicamentos habitualmente utilizados para controlar a asma ou a rinite alérgica, parece interferir com a capacidade do organismo de prevenir ou combater a infeção causada pelo novo coronavírus. Os corticoides inalados ou nasais são seguros e devem ser utilizados para controlar uma doença alérgica respiratória.

Não existe atualmente nenhuma informação fidedigna que sugira um efeito preventivo benéfico de qualquer medicamento, suplemento ou alimento específico para evitar ficar doente. Também não existem vacinas específicas para prevenir esta infeção. As vacinas existentes para prevenção de outras infeções (por exemplo pneumonia pneumocócica ou gripe) devem ser feitas de acordo com as recomendações habituais, não havendo atualmente nenhuma recomendação no sentido de reforçar ou antecipar essa administração.

Para prevenir ficar infetado, deve seguir as recomendações da Direção Geral da Saúde - restringir o contacto social e ficar em casa, se possível; lavar frequentemente as mãos, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos; utilizar máscara nos locais recomendados; não tocar nos olhos, nariz e boca. Esta última pode ser mais desafiante nos doentes alérgicos, especialmente se existirem sintomas locais como comichão ou desconforto. Fale com o seu médico se tiver estas queixas, já que existem diversos medicamentos que podem ajudar.

Se tiver um ataque de asma e receber indicação para se deslocar a um Serviço de Urgência, lembre-se de levar o seu plano de medicação consigo, assim como, caso lhe tenha sido prescrita, a sua câmara expansora.

Vários doentes sofrem de sintomas alérgicos durante a primavera. Os sintomas provocados pela alergia são distintos dos das constipações comuns, da gripe e de COVID-19, conforme exemplificado na tabela seguinte:

 

A consulta de Imunoalergologia está em funcionamento e inteiramente disponível para o ajudar. Mantenha-se seguro. Cuide de si e, se puder, dos mais necessitados. 

 


Recomendações para doentes portadores de Doenças Autoimunes sob terapêutica biológica e/ou não biológica

Dr. Carlos Carneiro, médico internista e responsável pela consulta de Doenças Autoimunes 

As minhas primeiras palavras são de confiança e esperança.

Confiança num mundo melhor com mudança de hábitos decorrente desta pandemia e esperança que iremos vencer esta pandemia.

No entanto, é muito importante que percebamos que não se trata de uma corrida de fundo, mas sim de uma maratona, em que a nossa resiliência, respeito pelos outros, distanciamento social e proteção individual são as chaves do sucesso.

Distanciamento social não é sinónimo de isolamento. Proteja-se, mas mantenha o seguimento regular com o seu médico, pois só JUNTOS VENCEREMOS!

 

Os doentes com doenças autoimunes sob terapêutica biológica / não biológica não correm um risco acrescido de serem infetados pelo SARS-CoV-2 (COVID-19). Na ausência de evidência científica assume-se que possam ter um maior risco de complicações e de mortalidade pela infeção, essencialmente em idades mais elevadas na presença de certas comorbilidades (doença cardiovascular, diabetes, doença respiratória crónica, hipertensão, cancro).

Na maioria dos casos, não esta aconselhado suspender o tratamento biológico / não biológico de forma preventiva, pois a suspensão da terapêutica pode levar ao agravamento da doença autoimune, não garantindo uma redução do risco de contágio.

Doentes com suspeita ou com COVID-19 confirmada e desenvolvimento de sintomas de infeção/doença respiratória - tosse, febre, dificuldade respiratória - ou contato próximo com pessoas com estes sintomas, devem suspender a terapêutica biológica / não biológica até esclarecimento da situação.

 

Dessa forma, é fundamental a redução de exposição a COVID-19 para diminuir o risco de infeção.

Recomenda-se:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão pelo menos 20 segundos especialmente em espaços públicos
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas
  • Uso de máscaras de proteção individual
  • Evitar situações de alto risco como locais com número elevado de pessoas ou contato próximo com pessoas com sintomas de doença respiratória/infeção.


Alimentação do Doente Diabético durante o isolamento social

Marina Augusto Estêvão - Nutricionista

Nestes tempos difíceis para todos nós, é muito importante que a pessoa com diabetes mantenha bons hábitos alimentares, de forma a controlar a sua glicémia e mantendo uma boa compensação da sua patologia.

Certamente que a rotina diária se alterou nas últimas semanas pelo facto de estar em casa e não realizar as tarefas que habitualmente lhe ocupariam o dia, como a caminhada até ao trabalho, a aula de hidroginástica, o passeio com os amigos, ou mesmo as idas diárias às compras.

Ainda assim deve continuar a ter uma alimentação saudável e adequada à sua diabetes e procurar manter-se ativo, mesmo em casa. Aqui ficam algumas dicas:

  • Evite ir demasiadas vezes ao supermercado e procure comprar alimentos de maior durabilidade. Opte por exemplo por maçãs e peras, peixe congelado, conservas de sardinha, cavala ou atum, legumes congelados, frutos secos;
  • Prefira pão de mistura ou integral que poderá congelar fresco para poder comer mais tarde (caso costume pesar a sua porção de pão, não se esqueça de o deixar descongelar completamente antes de o pesar para que a dose que queira ingerir seja a correta);
  • Em vez de comprar queijos frescos ou requeijão, opte por adicionar azeite ao seu pão com alho picado, tomate e orégãos se gostar, acompanhe com uma infusão de ervas;
  • Entre refeições evite os petiscos frequentes de bolachas. Estar muito tempo em casa poderá aumentar a vontade de comer mais vezes. Corte palitos de cenoura, pepino ou pimento e faça um molho de húmus para acompanhar (1 frasco de grão + ramo de salsa picada + sumo de 1 limão + 1- 2 dentes de alho + 1 pouco de água + 1 colher de sopa de tahini; triturar tudo num processador e está pronto), use cerca de 3 colheres de sopa deste molho com os vegetais em palitos por lanche ou merenda da manhã;
  • Outra opção de lanche é comer 2 colheres de sopa de tremoços (previamente passados por água para retirar o excesso de sal) com 1 maçã pequena, ou opte apenas por ½ punhado de frutos secos sem sal (amêndoas, nozes, amendoins, avelãs);
  • Faça sopas ricas em vegetais sem batata (ex.: curgete, cenoura, cebola, cogumelos, brócolos, colocando um fio de azeite no final da cozedura, evitando o excesso de sal e optando por adicionar salsa, coentros ou hortelã à sopa para lhe dar mais sabor);
  • Consuma ervilhas, feijão, grão, lentilhas ou favas como fonte de hidratos de carbono. Evite usar sempre massas, arroz e batatas (o ideal será cerca de ¼ do prato de leguminosas acompanhadas por uma boa quantidade de vegetais, peixe, carne ou ovo);
  • Não se esqueça de se manter hidratado. Se está habituado a ter a sua garrafa de água no local de trabalho, mantenha esse hábito também em casa, bebendo pelo menos 1,5l/dia. Se tem dificuldade em conseguir beber água, adicione um ramo de hortelã, um pau de canela e rodelas de laranja para lhe dar sabor;
  • Mantenha-se ativo. Coloque uma música de que goste e dance sozinho ou acompanhado. Faça jardinagem, suba e desça escadas, salte à corda, caminhe um pouco à volta de casa ou pratique alguma ginástica na sala.


Lista de verificação da segurança no domicílio para doentes de Parkinson






 

Porque vivemos num tempo de maior isolamento e menor acompanhamento, utilize esta lista de verificação para garantir que a sua casa e o seu doente de Parkinson se encontram seguros:

SALA

  • Os pisos são estáveis, antiderrapantes e destituídos de tapetes.
  • Há boa iluminação em toda a casa, não existem áreas escuras ou sombrias.
  • Os percursos estão desimpedidos permitindo fácil acesso, bem como a utilização de um andarilho ou cadeira de rodas, se necessário.
  • Os cabos elétricos do telefone/computador estão protegidos, não apresentando risco de se tropeçar neles.
  • As cadeiras são estáveis, têm apoios para os braços e a altura do assento é adequada para facilitar a posição para de pé.
  • Existe um sistema de comunicação para permitir que o cuidador ouça a pessoa com Parkinson noutra outra área da casa.

SE NECESSÁRIO:

  • Remova os tapetes.
  • Remova móveis ou equipamentos desnecessários para facilitar a mobilidade e diminuir o risco de tropeçar e cair.
  • Guarde os medicamentos num local seguro.

 

QUARTO

  • O ambiente é calmo e relaxante.
  • A altura da cama permite que quando sentado na sua beira, os pés toquem no chão.
  • Existe uma luz de presença noturna suficientemente brilhante que ilumina o caminho para a casa-de-banho.
  • Se necessário, existe a disponibilidade de um urinol.
  • Existe um sistema de comunicação para permitir que o cuidador ouça a pessoa com Parkinson durante a noite.

SE NECESSÁRIO:

  • Coloque um tecido escorregadio (cetim, por exemplo) no terço médio da cama para facilitar os rolamentos.
  • Remova o lençol superior; em vez disso, use um edredão leve.
  • Evite lençóis e pijamas de flanela (criam mais atrito à mobilidade).

 

CASA-DE-BANHO

  • Existem barras de apoio junto à sanita, banheira/chuveiro. Os toalheiros, torneiras ou saboneteiras nunca devem ser usados como apoios.
  • Existe uma cadeira disponível para se sentar durante algumas atividades como escovar os dentes ou fazer a barba.
  • Existe um sistema de comunicação para permitir que o cuidador ouça um pedido de ajuda em caso de necessidade.

 

COZINHA

Cozinhar é uma atividade composta por várias etapas ou sub-tarefas.

As pessoas com Parkinson podem ter dificuldade em gerir essas tarefas em segurança e equilíbrio, como por exemplo abrir/fechar a porta do frigorífico ou do forno ou alcançar alimentos ou objetos em prateleiras muito baixas ou altas. Estes conselhos podem minorar essas dificuldades:

  • Instale puxadores largos nos armários, ao invés de puxadores pequenos e redondos; facilitam mais a abertura/fecho das portas dos móveis.
  • Armazene os alimentos/equipamentos/utensílios que são mais usados em gavetas/armários de fácil acessibilidade.
  • Coloque os alimentos/equipamentos/utensílios mais usados para cozinhar (temperos, panelas e frigideiras), perto do fogão, para evitar deslocações ou possíveis queimaduras.
  • De preferência tenha uma torneira de um só manípulo, pois é mais fácil de controlar, ligar e desligar.

SE NECESSÁRIO:

  • Utilize alcançadores de cabo longo para ter acesso às prateleiras.

 

PRESENÇA DE ESCADAS

  • Verifique se a iluminação é adequada.
  • A superfície dos degraus deve ser antiderrapante.
  • Instale corrimãos em pelo menos num dos lados das escadas.
  • Se não conseguir subir/descer as escadas com a bengala/canadiana, mantenha uma no início e outra no topo da escada.
  • Se não conseguir subir/descer os degraus e, se for possível, instale uma rampa.

SE NECESSÁRIO:

  • Mantenha sempre os degraus desimpedidos de objetos.
  • Coloque uma fita colorida no início e no topo das escadas, para sinalizar o início e o fim dos degraus.

 

SEGURANÇA GERAL

  • Procure não utilizar ferramentas elétricas.

O tremor combinado com as alterações de equilíbrio e coordenação podem afetar a utilização segura de ferramentas elétricas. O tempo de reação mais lento também pode diminuir a segurança do seu manuseio.

  • Subir/descer de equipamentos

As reações e os reflexos protetores de equilíbrio estão diminuídos na doença de Parkinson, razão porque deve evitar subir/descer escadas, bancos ou cadeiras.

 


Doente oncológico

O oncologista André Andraz Cruz esclarece o impacto do novo coronavírus no doente oncológico 

O coronavírus (ou COVID-19) é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus, identificado pela primeira vez na província de Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Na maioria dos casos, causa uma doença ligeira semelhante a uma constipação ou uma gripe.

Contudo, pode causar uma forma mais grave da doença semelhante ao Síndrome Respiratório Severo Agudo (SARS), que se chama SARS-CoV-2, com uma taxa de mortalidade proporcional à idade e à presença de co morbilidades.


É uma doença altamente contagiosa, através de gotículas respiratórias e através do contacto com superfícies contaminadas com posterior contacto das mãos com os olhos, nariz e boca.

A maioria das pessoas infetadas apresenta um quadro ligeiro de febre, tosse e dificuldade respiratória, devendo permanecer em casa e contactar a linha SNS24 e seguir as recomendações. Em casos de sintomas graves, o doente será necessariamente encaminhado para o hospital de referência de COVID-19.

 

A par dos idosos e portadores de doenças crónicas, o doente oncológico com doença ativa ou sob tratamento antineoplásico imunossupressor, tem geralmente o sistema imunitário debilitado. Apesar da escassa evidência acerca do comportamento da infeção a COVID-19 nesta patologia, o facto supra configura um fator de risco importante para infeção e complicações graves, assim como para qualquer outra infeção por outro agente.

Existe, compreensivelmente, receio e ansiedade dos doentes perante esta nova realidade.

Mesmo nesta fase de pandemia, tratando-se de tratamentos de saúde inadiáveis, o doente oncológico iniciará/continuará o seu tratamento, sem prejuízo para a situação clínica. Existirão situações pontuais, em que a doença oncológica seja indolente ou esteja bem controlada, e de acordo o risco de contacto/infeção por COVID-19, em que se poderá equacionar adiar o tratamento.

Naturalmente, existe desde já uma rigorosa triagem e controlo de todos os doentes de modo a minimizar risco de contágio no Hospital de Dia, quer de outros doentes, quer dos profissionais de saúde, de acordo com o Plano de Contingência Hospitalar.

Outra necessidade é também minimizar as vindas à Unidade; idealmente apenas para os tratamentos e privilegiando a teleconsulta, sempre que possível e indicado (nomeadamente para consultas de rotina de pessoas sem tratamento oncológico ativo).

 

As medidas amplamente preconizadas e difundidas nos meios de comunicação social devem ser rigorosamente cumpridas - etiqueta respiratória, lavar as mãos frequentemente, evitar tocar na cara com as mãos e partilhar objetos pessoais, bem como o isolamento social profilático. No doente oncológico sob tratamento ativo e imunossupressor, a utilização de máscara está recomendada pelo risco de infeção a COVID-19 e a outros agentes. Contudo, deve ser feito um ensino na sua correta colocação e remoção.

A Unidade de Oncologia - Hospital de Dia de Alvor e Gambelas – continua deste modo, a proporcionar atempadamente os tratamentos necessários ao doente oncológico.

Para além disso, fique em casa.


Idosos

O impacto do isolamento social nos idosos  

Segundo a Ordem dos Psicólogos os tempos difíceis que todos vivemos, podem fazer surgir um misto de emoções penosas de gerir, como a ansiedade, o medo, a angústia, ou a frustração, sendo que na população mais idosa essas manifestações poderão ter uma repercussão ainda maior.

 

Nesse sentido, a mesma organização alerta para algumas atitudes e comportamentos a ser tomadas por aqueles que têm familiares ou mesmo amigos nessas circunstâncias:

  • Ligue-lhe regularmente e encoraje-o a ligar também, mostrando-se interessado e disponível para falar.
  • Faça o mesmo pedido a outros familiares ou pessoas próximas, para que todos se sintam mais ligados e protegidos.
  • Uma vez que os idosos têm habitualmente mais dificuldade em adormecer, procure também ligar-lhe nessa altura, no sentido de lhe proporcionar maior tranquilidade.
  • Vigie o seu estado de saúde, uma a duas vezes por dia, indagando-lhe por sintomas que podem ocorrer. Mesmo sintomas habituais, podem nesta altura ter significados diferentes. Em caso de dúvida ligue para a linha SNS24 ou procure um profissional de saúde.
  • Vigie igualmente se toma a medicação prescrita.
  • Aconselhe-o a realizar atividade física, por exemplo, caminhando pela casa ou executando exercícios simples.
  • Indague também acerca da sua alimentação, aconselhando-o a ter uma alimentação equilibrada, podendo mesmo sugerir refeições diferentes.
  • Aconselhe-o acerca da prática de atividades lúdicas, que o mantenham interessado e motivado.
  • Mostre-se grato pela sua colaboração nesta altura, pelo cumprimento e responsabilidade que demonstra enquanto cidadão.
  • Lembre-lhe que se quiser pesquisar informação, o faça junto de instituições oficiais, como a DGS ou a OMS.
  • Por fim, reforce as manifestações verbais de afeto, mostrando-lhe que o ama e que é amado. 

Interpretar e acalmar os sentimentos das crianças em tempo de isolamento

As crianças tendem a assimilar os sentimentos dos pais, por isso numa altura em que muitos sentem incerteza e ansiedade, será previsível que o mesmo aconteça com os mais novos.

 

A Ordem Portuguesa dos Psicólogos emanou algumas recomendações que poderão ajudar grandes e pequenos a entender e a ultrapassar essas angústias:

  • Para que a criança dentro do seu entendimento e desenvolvimento possa colaborar, explique-lhe como é importante a sua ajuda. Como é importante respeitar a etiqueta respiratória e a lavagem das mãos, a razão porque deve evitar o contacto com a cara, os olhos e a boca.
  • Não menospreze os seus sentimentos de ansiedade, medo, frustração ou aborrecimento. Contudo, enalteça uma atitude positiva.
  • Explique-lhe que estar isolado em casa também pode ser divertido: tem-se mais tempo para brincar, fazem-se atividades novas, experimentam-se as possibilidades das videochamadas e até se pode organizar um “diário de bordo”, que servirá para mais tarde recordar como vencemos esta luta contra o vírus.
  • Transmita esperança e segurança.  Diga-lhe que esta é uma fase passageira; que não iremos ficar para sempre em casa, mas já que agora tem de ser assim, tiremos o melhor proveito.

Ser diabético em tempo de pandemia por COVID-19

Dr. Ricardo Louro, médico internista e responsável pela consulta de Diabetes.

Dadas as atuais circunstâncias da pandemia associada ao agente SARS-CoV2 (COVID-19) que atinge também o nosso país, foi recentemente emitido um documento de consenso por várias sociedades científicas (SPD, SPEDM, NEDM/SPMI e APMGF) que emanaram recomendações relativas ao doente diabético. 

 

A Diabetes Mellitus (DM) torna as pessoas mais suscetíveis, não só ao desenvolvimento de infeções, como a quadros de maior gravidade e de pior prognóstico.

Assim de entre as várias recomendações destaco:

  • Adiamento de toda a atividade (consultas, exames ou procedimentos) considerada não urgente.
  • Otimização do acompanhamento do doente com DM com recurso a consulta não presencial, devendo-se esta realizar preferencialmente via telefone ou e-mail. Deste modo será garantida a renovação das receitas do doente evitando falhas terapêuticas ou deslocações para essa finalidade ao hospital.
  • Cumprimento do isolamento social, evitando-se o contacto social sempre que possível. Sempre que isso não seja possível manter a distância de pelo menos 1 metro das restantes pessoas.
  • Evitar o contacto com pessoas doentes ou que apresentam sintomas respiratórios.
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou desinfetante. Evitar ainda a partilha de alimentos e utensílios.
  • Manter-se hidratado, controlar a glicemia, corpos cetónicos e medir a temperatura.
  • Caso surjam sintomas como febre, tosse ou falta de ar, manter o isolamento no seu domicílio e contactar a linha de apoio Saúde24.

De um ponto de vista pessoal, além das recomendações anteriores não esquecer que as boas práticas para controlo da Diabetes se devem manter: alimentação saudável e o exercício físico habitual em casa. Deverá garantir que tem a medicação regular e o material para a autovigilância para as próximas semanas e que possui receituário para os renovar, se necessário.

Mantenha-se em casa, mantenha-se seguro, mantenha a sua Diabetes sob controlo.